domingo, 8 de maio de 2011

11 de Setembro e os Quadrinhos

Desde a sua revelação pública, Osama Bin Laden, o homem que planejou o ataque às Torres Gêmeas, morto neste domingo por forças dos EUA, tinha tudo para entrar na cultura pop. Afinal, representava uma ameaça absolutamente mortífera ao "modo de vida americano", que está entre os maiores produtores de conteúdo de entretenimento do planeta. Com a atenção da mídia novamente voltada à essa figura histórica e o cinematográfico ataque que empreendeu contra Nova York, o Omelete relembra as adaptações que as mais importantes editoras de quadrinhos realizaram - ainda que cheias de dedos - ao caso.


Na Marvel Comics, cujos personagens vivem em mundo mais próximo ao real, o impacto aconteceu imediatamente após o fatídico 11 de setembro de 2001. Dias depois do ataque às Torres Gêmeas, a editora convocou o roteirista J. Michael Straczynski e o desenhista John Romita Jr. para fazer uma edição especial de Amazing Spider-Man sobre a queda das torres que eram o símbolo da cidade em que vivem o Homem-Aranha e a maior parte dos heróis Marvel. Num momento piegas dessa HQ, até o maligno Doutor Destino - um dos piores vilões desse universo de personagens - aparece derramando uma lágrima.

Homen-Aranha no World Trade Center
Osama, porém, não apareceu nessa edição. Como não se fala em corda na casa de enforcado, referências diretas ao lider da Al-Qaeda só apareceram nos quadrinhos mainstream pela primeira vez em 2002, em uma história do Capitão América por John Ney Rieber. Era a quarta série do Sentinela da Liberdade, uma que trouxe elementos supostamente mais realistas às aventuras do herói. Em um mundo completamente diferente da Segunda Guerra que conheceu, com inimigos empreendendo ataques mortíferos, Steve Rogers decide revelar sua identidade ao mundo.

A lágrima!
A caçada por Osama Bin Laden foi mencionada inclusive na edição do jornal Globo Diário que revela a identidade secreta do Demolidor (Daredevil 32, de 2002). Porém, na maior parte do tempo, a Marvel preferiu não brincar com o assunto. Em homenagem aos “verdadeiros heróis” do 11 de setembro - os bombeiros e policiais que arriscaram a vida para salvar aqueles que podiam -, a editora publicou a série Call of Duty. No Brasil, ela saiu pela Panini Comics com o título Emergência - A Serviço da Vida.

O 11 de Setembro na DC Comics e Wildstorm

Frank Miller atrasou o terceiro e último número de DK2, sua continuação confusa de O Cavaleiro das Trevas. Então, ele resolveu colocar cenas alusivas ao ataque às torres, incluindo uma página dupla que mostra Superman e sua filha Lana voando sobre as ruínas do Planeta Diário. Lois Lane, Perry White e Jimmy Olsen teriam morrido ali, desintegrados durante um ataque das forças combinadas de Brainiac e Lex Luthor.
 DK2
Veio de Miller, também, uma das críticas mais bem-humoradas a uma tendência dos quadrinhos pouco depois do 11 de setembro. Em entrevista ao Newsarama, respondendo a uma pergunta sobre o que o deixava furioso nos quadrinhos atuais, o o quadrinista respondeu: “Gibis de bombeiros chorões. Poxa, todos ficamos muito emotivos depois do 11/9, e muitos de nós fizemos trabalhos bem emotivos. Mas ao menos sabíamos quando parar. Agora, a Marvel parece ter feito uma pequena indústria disso. Mórbido. Vergonhoso”. Miller planejava também uma graphic novel em que colocaria Batman contra a Al-Quaeda, mas essa história nunca foi lançada - e mais tarde Miller declarou que ela foi alterada, excluindo o Cavaleiro das Trevas.
Matéria do OMELETE


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Mais vistos da Semana